Carta n. 24

Uma coisa que eu quero lembrar todos os dias de 2025 é que "ter medo vai me impedir de progredir". Tive essa conversa com meu psicólogo ano passado, quando em um certo momento as minhas atitudes estavam sendo "moldadas" pelo meu medo de comunicar o que tava acontecendo comigo. E ele não disse só isso, mas isso em específico tocou muito meu íntimo, porque não foi só nesse momento da minha vida que o medo se mostrou o "dono" das minhas atitudes e decisões.
Tudo tem um porquê, mas depois dessa conversa eu vi que posso mudar alguns porquês. Se tem uma pessoa que eu gosto de conversar é meu psicólogo, sinto que ele vai além da formalidade das terapias, ele é direto comigo e sabe que isso me faz bem. Após essa afirmativa do medo, ele citou uma situação bem certeira em que o medo é presente em mim: "medo de como as pessoas vão me enxergar". Eu vivi uma boa parte da minha vida sendo vista pelo que eu fazia, pela eficiência do que eu fazia, pelas notas que eu tirava, pelo meu comportamento, por ser obediente, disciplinada e ter bons resultados em tudo que fazia. Quando cresci, isso mudou um pouco. Veio o quadro depressivo na pré-adolescência, as notas caíram um pouco e isso pesou na minha "imagem", pelo menos frente aos meus colegas de turma. Parecia que eu sempre tinha que seguir aquela linha de "pessoa perfeita" pra agradar todo mundo e analisando essa situação, vejo que era isso que mantinha a maioria das pessoas perto de mim naquela época. Enfim, aquela pessoa que era sempre boa, era isso que eu pensava que deveria fazer e tinha medo quando alguma atitude minha não fazia com que as pessoas me vissem assim.
Era natural sentir medo de como as pessoas me enxergavam, por medo de ser abandonada! Das pessoas não ficarem do meu lado por eu manifestar minhas vontades, pelas minhas atitudes talvez constrangirem alguém, entre outras coisas. Medo de como as pessoas me enxergariam e na minha cabeça, é como se os pensamentos me levassem a pensar somente no que eu ia dar pros outros, e não o que eu estaria fazendo por mim mesma. E seguido disso, vinha o peso de também me comparar a outras pessoas, por outras pessoas se doarem mais, por agradarem mais e não ficarem sozinhas.
Percebe que é sempre o medo aí? Essa conversa que tive ficou muito marcada. Pensar que estou sendo ruim por não estar agradando as pessoas é péssimo, não me leva e não me põe em um bom lugar. Comparações vão sempre me deixar pra baixo e vão ser desleais comigo mesma e o que a Joice vai dar pros outros, acho que não vai importar tanto quando o assunto for se sentir bem comigo mesma. 
Medo, eu não quero mais na minha vida.

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