Carta n. 18
Eu e eu vimos muitas coisas acontecerem esse ano. Algumas mudanças físicas, e a maioria foram mudanças internas. Poderia dizer que isso foi por conta da terapia, dos remédios, da academia, mas tudo isso se resume a duas palavras: fui eu.
Sim, fui eu. Se não fosse o amor que eu tenho por mim mesma, não teria tido tanto cuidado e carinho com minha pele, meu corpo e minha mente. Devo confessar que minha alimentação oscilou entre lanches e almoços bem elaborados e queria ter almoçado mais na universidade, porque lá eu sei que o almoço tem sempre salada 😅 Mas algo que eu aprendi, é que a gente faz o que tá ao nosso alcance. Em 2024, eu fiz o que estava ao meu alcance e um pouco mais. Isso não quer dizer que ir além dos seus limites lhe traz mais resultados, mas quer dizer que se você se sujeita a isso, pode sentir o impacto do cansaço ou até mesmo da frustração.
Esse ano fiz 10 anos de cirurgia na coluna, e decidi que ia começar a fazer algo que eu posterguei uma vida toda: exercícios físicos. Tive toda uma preparação prévia, de ir à nutricionista e depois procurar academia. Hoje, já sigo nos 10 meses e sim, faz uma diferença e tanto, não só pra coluna, mas pra mente também. Lembro das vezes que havia tentado antes e não consegui, não passava de 2 meses e hoje eu percebo que tudo tem seu tempo, mesmo que em alguns momentos desses meses que passaram eu fosse só 2x na semana. Era o que eu podia, não abandonei e me sinto feliz por isso :)
O caminho para o amor próprio é longo, as vezes até demais. Faz com que a gente canse, que a gente ache mais fácil seguir o caminho de outras pessoas, esquecendo de nós mesmos, mas esquecer de nós nunca é saudável. No começo, no meio e no final de tudo, somos só nós, sozinhos. E o que sobra de tudo isso?
Depois de sobreviver à pandemia, era preciso um recomeço e foquei mais nas terapias. Me olhei mais no espelho, tentei me ouvir mais, então escrevi mais. Sentei e pensei sobre coisas que me fariam bem, e o que eu poderia fazer pra que essas coisas acontecessem. Viajei, parei, viajei de novo, comecei a ler livros fora da linha acadêmica, fui ao cinema, comprei maquiagem, cortei o cabelo, desenhei. O amor próprio é um pouco de tudo isso, é ser feliz consigo mesmo e se não estiver feliz, tudo bem, contanto que não permaneça na fossa pelo resto da vida. A gente tem que ter consciência de que o que é importante na nossa vida é o nosso protagonismo, afinal, esse momento é sobre a gente! Ninguém é mais importante, ninguém vai pensar tanto no nosso bem quanto nós mesmos e de uma coisa eu sei, esse ano eu tentei e fiz muito por mim. Acredito que estou pronta pra fazer bem mais, e desejo muito que meus sentimentos me dêem essa oportunidade kkk
Amor próprio não precisa ser grande, não precisa atingir as pessoas ao seu redor, mas com certeza elas sentirão quando você se amar, e eu já percebi isso. É notável quando uma pessoa ama a si mesma, de longe: o cuidado que se tem consigo mesma, as escolhas que faz, a tomada de decisão, o posicionamento, o sorriso, o olhar... Hoje enfim posso dizer que me amo, mesmo que algumas vezes eu não perceba nitidamente. Eu tô sempre tentando dar um jeito de voltar para o meu amor, pra nutrir ele, porque eu sei que é sempre ele que me salva quando eu menos espero.
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